A exposição das raízes evita a incidência de doenças do solo
Segundo os pesquisadores espanhóis, o novo sistema evita a incidência de enfermidades provenientes do solo, além de economizar água e fertilizantes. A produção ocorre dentro de uma espécie de caixa, que funciona como uma estufa em total escuridão, reproduzindo as características do meio abaixo da terra.
Um sistema de nebulização, que funciona à base de energia elétrica, é responsável por pulverizar as raízes expostas com uma solução aquosa contendo todos os micros e macronutrientes necessários ao crescimento das plantas. O tempo de nebulização varia entre 15 e 60 segundos, de acordo com o ciclo da cultura e o clima da região onde se está cultivando.
A colheita é escalonada, feita através de janelas laterais construídas na estufa para tal finalidade. Assim, os minitubérculos podem ser colhidos tão logo atinjam o tamanho desejado pelo produtor. Em condições tropicais de cultivo, a escolha do sistema aeropônico para a produção de batatas-semente depende do nível tecnológico do produtor ou da empresa produtora, além da disponibilidade de mão de obra especializada, gerador para cobrir eventuais falhas de energia elétrica e recursos para investimentos, pois a água que compõe a solução nutritiva e pulveriza as raízes não deve conter fitopatógenos que possam comprometer o crescimento das plantas.
O alto custo inicial de implantação e a possibilidade de perda total da produção, caso o produtor não disponha de um sistema auxiliar de geração de energia, representam as desvantagens para a aplicação da aeroponia.
Com experimentos realizados entre 2005 e 2007, o engenheiro agrônomo e pesquisador científico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) Polo Nordeste Paulista, Thiago Leandro Factor, comprovou no Brasil a eficácia da aeroponia comparando os custos de produção do novo sistema à hidroponia convencional, no qual as raízes ficam suspensas em meio líquido. O custo médio estimado do minitubérculo no sistema hidropônico varia entre 12 e 19 centavos de real, enquanto que no sistema aeropônico é possível produzir o minitubérculo por oito centavos.
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Com o auxílio do engenheiro, produtores e empresas nacionais deverão implantar, no próximo ano, essa nova tecnologia para o cultivo de batatas no Brasil. Além disso, Factor inaugurará em Mococa, município do interior de São Paulo, uma unidade de pesquisa e difusão do sistema. “Aeroponia é um universo a ser explorado e, por não exigir grande quantidade de água, poderá solucionar a produção de alimentos no futuro”, conclui.
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